Quando
era colegial, estudei um pouco sobre poesia e achei interessante.
Durante alguns anos, pensei que qualquer arranjo de
versos rimados pudesse ser chamado
de poesia. À medida que fui crescendo, os livros, as músicas e as
experiências mudaram minha visão. Assistindo a alguns
acontecimentos descobri o
verdadeiro significado de poesia.
Comecei
a viver poesia quando descobri minha paixão pelo rádio. Eu adorava
escutar os noticiários e as informações sem saber da aparência
física
de
quem falava. A experiência de
ouvir possuía
uma magia que a televisão nunca tinha me trazido. Era incrível, os
locutores falavam e eu começa a tentar concretizar as imagens de
como as notícias seriam se aquilo
fosse
uma reportagem feita
por mim.
Anos
depois, percebi que no meu cotidiano havia poesia. Depois que comecei
a me fascinar com as coincidências que aconteciam comigo, percebi o
quão extraordinária minha vida era. O sentimento vem do acaso e a
poesia vem do sentimento. Então, os fatos mais simples constituem as
poesias mais misteriosas. Pude senti isso quando conversei com um
amigo depois de 10 anos sem vê-lo. Eu sabia
que aquilo não era normal, parecia que o universo estava pedindo
para eu me emocionar.
Ano
passado, minha alma escreveu uma poesia que perfurou meu coração
até eu admitir
que conhecia o poético. Depois de 4 anos, consegui confessar meu
sentimento e desejo de amar à garota que havia estado nos meus
pensamentos em boa parte das minhas noites. Aquela declaração me
fez ver, por meio das lágrimas, que minha vida era uma poesia
constantemente escrita e reinventada todos os dias.
E
era assim, eu não tinha como fugir. A poesia estava em tudo: na
recordação do dia em que ri até cair, na beleza do meu sentimento
pelo meu primeiro amor,
na emoção da oportunidade que choveu granizo,
no
choro derramado na tarde mais cinzenta e na imaginação fantástica
que eu teria até o momento em que parasse de viver.
Zeca Lemos
Zeca Lemos
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